segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vigiai


Vivemos em um mundo de espinhos, espinhos rasteiros que agarram nossas pernas, nosso coração, nossa alma.
Espinhos que não querem evoluir na cadeia evolutiva da vida.
Tendem cada vez mais a perseguir-nos, desviar nossa atenção; Tentando fazer nosso caminho regredir nessa esfera que foi criada para nos acolher e nos foi dado o livre arbítrio, para seguir com dignidade, com respeito aos nossos irmãos.
Mas lá estão eles! Os espinhos. Que arrastam.
Alguns são envolvidos, desviados e se acomodam na podridão que foram levados.
Olhem para os lados, cuidado com eles! Os espinhos.
Espinhos cruéis que gozam da vida a ser vivida com abnegação do amor, amor ao próximo.
Olhem com a alma e verão todos eles. Os espinhos.
Tentem podá-los, envolvê-los.
Retirem a chagas do coração, do coração envenenado e cubram de amor, de luz.
Não desistam!
Persistam!
E um broto surgirá!
Crescerá!
Semeará!

domingo, 17 de maio de 2009

Quero você

Secou. Aquela última gota de saliva que restava em minha boca secou. Existe a lembrança de como aconteceu o beijo, o que antecedeu, o que veio depois, está nítido. Mas a saliva secou. Quero-a novamente sobre meus lábios, dentro de minha boca, molhando meu corpo. Quero você ao meu lado, quero ter teu gosto impreguinado na minha carne, na minha mente. Quero o sexo, o amor, a confusão de mãos, o entrelaçar de pernas, o riso fácil, o consentimento, a permissão, o gozo. Quero o acordar junto, o café da manhã, o almoço, o jantar, vinho tinto, a tranza no tapete da sala, o contato, o ensaboar e roçar dos corpos no box, o lençol pra dois. Quero você.

Usufruir


O vento no rosto desabrochando os sentimentos guardados.
Ouriçado, sigo com o despertar...
Vívido, fortalecido, crente nas possibilidades, livre.
Nada de [pre]concebimentos, [pre]conceitos, solto.
Um grande arrebatamento invade meus pensamentos, meu baluarte quando quero abrigo e lá é lançado sobre mim tudo que necessito para decantar o mal que me impede de se entregar.
Regar o campo das mais lindas flores, flores singelas como são os meu sentimentos.
Sentimento esse que encontra-se pronto, completamente formado para doar-receber, experimentar aquilo que nos foi concebido, sedento em amar.
****
Plínio Gomes e Danielle Freitas

terça-feira, 12 de maio de 2009

Presença da falta


Cobre meu peito que implora, que arde, queima com a presença da falta, falta daquele amor, o amor que não se vê, mas se sente, inflama, sangra, escorre.
Mistura de sentimentos incandescentes que invadem a alma, pertuba os sentidos, desfalecendo a alegria de ser amado, atendido, escutado.
A vontade imersa em lágimas que pede socorro, sôfrego em ser amado, pelo ser amado-desejado.
Ele não escuta, não me vê, eu grito, a voz não sai está contida, afogada no mar do meu pranto.
Estou cansada, estou perdendo as forças, estou sem ar, preciso gritar, lutar, envolvê-lo em meus braços.
Necessito daquilo que me falta para sorrir e não mais chorar.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Esse olhar

Que esse olhar reapareça em minha frente.
Que eu possa olhar mais uma vez,
para que mesmo que as palavras vacilem,
o meu olhar possa dizer tudo.
Muito ainda por ser dito...
Que eu quero sim.
Que existem expectativas.
Que eu vejo um futuro imenso para nós dois.
Não há medo, receio ou algo do tipo,
apenas desejo de ir em frente,
entrega, amor, carinho
Que esse olhar reapareça.

sábado, 2 de maio de 2009

assim

Concluo esse pensamento dizendo que quero.
Não adianta eu negar, porque eu simplesmente quero.
Sei que você também quer, então aceite.
Porque preciso de seu senso de humor, de seu sorriso.
Preciso.
Quero.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Leonina


Estou atenta.
Saio da minha toca, toca dos leões, o sol reflete no meu pêlo formando um tom dourado, enchendo-me de energia.
Farejo o cheiro do meu desejo. Mas que desejo?
Desejo de fome, fome de todas as coisas. Corro em passos largos, meus olhos estão vigilantes, meu coração pulsa em sincronia com minha vontade: irrigando meus instintos: músculos formam desenhos a cada passo que dou, minhas garras rígidas, grandes, fortes, mostra a desenvoltura do belo animal, animal que sou, lascivo, feroz, mas gracioso.
Corro a captura da minha presa, avisto-a da colina, lá está o meu desejo que são de todas as coisas, de todas as formas.
Urgi o tempo, ensejo para atacar, parecem sentir, correm para todos os lados. Com medo? Não! Querem me confundir, me conter, mas não vão conseguir, porque ávido são os meus desejos para prosseguir.